sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Gratidão

      Eu me lembro da primeira vez que pisei para valer em um estúdio de dança. Da primeira vez que levei a coisa a sério. Eu era uma completa noob na época, com apenas resquícios de uma brincadeira de criança na memória. Da época que eu dançava ballet apenas por diversão. Mas, Deus, queira o que quisesse, no ano passado não foi apenas por diversão que eu procurei um estúdio. É que faltava algo em mim. Faltava um pedacinho da minha alma que eu havia deixado caído pelo caminho. E eu passei anos sem saber que o que me faltava era dançar. Como pode alguém passar pela vida e ignorar a arte da dança? Eu me lembro do meu primeiro dia de aula depois de anos de sedentarismo. Lembro-me da professora me falando que seria melhor eu dar um passo atrás e começar de uma classe menos avançada, ou eu poderia me frustrar. Fiquei agradecida por ter se preocupado comigo, mas mal sabia ela que não haveria frustração alguma para mim. Ao me ingressar em um estúdio de dança, o meu objetivo não era pegar a frente do palco, fazer as piruetas mais difíceis ou dançar solos mirabolantes. O que eu queria era apenas aprender a dançar. Conhecer o que é deixar a música fluir através de mim e me deixar conduzir por ela. E acabou que eu aprendi bem mais do que esperava. Tive mais oportunidades do que imaginava. E lá, contaram comigo como eu nunca imaginei que contariam. Deram-me um espaço maior do que eu imaginava que merecia. Deram-me uma chance.
      Obrigada por tudo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário