De rosto limpo, sem base, sem pó, sem
sombra, sem blush, maquio-me com um sorriso, e deixo pulsar em mim a luz de
esperança alentadora; esperança de que as coisas possam ser melhores a cada
dia. Porque olha, a vida pode ser bela, a vida pode ser boa, mas erros e
contradições fazem parte da natureza humana — e alguns erros custam caro, muito caro. E todos os
dias é necessário aprender a lidar da melhor maneira possível com as próprias
falhas, e assim vai-se aprendendo a encarar a vida de forma mais leve e
despreocupada, sem criar tanto caso de coisas pequenas, sem se deixar sugar por
pessoas de intenções negativas. Existem tantas coisas que, se me acontecessem
há alguns anos, ou há poucos meses, seriam capazes de estragar o meu dia, mas
que agora já não podem me afetar tanto. É que a mente muda de um estado para o
outro e acho que isso ocorre por causa de uma busca constante pela saúde
emocional. Mas não estou dizendo que me insensibilizei para as coisas — estou, em
verdade, me vacinando contra o que não agrega. E a cada dia, tudo se torna mais leve, mais simples, e
as coisas vão melhorando ao ponto de eu não sentir tanto o desespero que
costumava andar ao meu lado todos os dias, no peito sempre apertado e palpitante,
junto com uma raiva contida que, ao menor desagrado, era injustamente atirada
sobre alguém. Meus problemas já não pesam tanto, não são mais capazes de me
definir; porque aprendi, a duras penas, que embora cometa muitas falhas, eu
mesma não sou uma. E é por isso que a cada dia o sol nasce outra vez, a cada
vez uma nova chance de tudo ficar bem. E aquela ansiedade toda, que estava
muito além dos limites do saudável, ainda está comigo sim, mas diminuída e se
enrareceu sua capacidade de me paralisar. E com o tempo vou aprendendo a me
tratar melhor, cultivando a gentiliza dentro de mim e levando-a para os outros
em um reflexo da esperança de evoluir em meus caminhos. Evoluir: palavra que é
tão bela quando seu significado é visto na prática, porque o que evolui é o que
cresce de dentro para fora, e ao crescer se desenvolve em maturidade. E sei
muito bem, apesar de romantizar um pouco as coisas, que a evolução é apenas uma
ferramenta necessária e essencial para a sobrevivência.
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